sexta-feira, 14 de fevereiro de 2020








Pretix Expulsos dos Candomblés

Muito antes das invasões européias do séc XVI, africanos já faziam todo tipo de trânsito na europa, inclusive controlando alguns povos europeus. E em nenhum destes momentos, se tem informações acerca de manifestação da espiritualidade africana em europeus.

Tal fato vai se dá a partir da forçação (a palavra é esta mesmo) de barra das pessoas pretas, aqui no brasil , as quais , na condição de escravizados (as), começaram a colocar branckes em  espaços sagrados. A primeira desculpa foi " busca de proteção" e a segunda foi inventar que "Orixá mandou" . Ou seja , só "mandou " no Brasil e demais localidades nas quais o povo preto fora  escravizado, pelo visto.

O culto de Egun é praticamente desconhecido de várias pessoas branckes e, até hoje ,nenhum espírito lá "mandou" colocar  branckes pra dentro. E tem sobrevivido muito  bem, sem a presença dos,das ditos " pesquisadores(as)".

Os mouros(africanos) dominaram a europa, por um bom tempo. E não é estranho a inexistência de indícios, de  que lá ,também, os Orixás nunca tenham dado a ordem de colocar  branckes  nos ritos?

E  hoje se vê um conjunto destes falando acerca do " amor" que  têm pelos Orixás .Mas não se ouve  falar do "amor " e "fé" por algum Vodum ou por alguma  das entidades do culto de Egun e demais. Não é estranho que o " amor "e a " fé"  de branckes só apareçam , apenas e,cultos nos quais, os mesmos  foram empurrados pra dentro e ,consequentemente,  passaram a espetacularizar tais espaços ?

Inclusive, algumas pessoas da europa,estão cheias de " fé" em Yemanjà, ao ponto de lotarem a festa do dia 2 de fevereiro em Salvador. Se é uma questão de espiritualidade e ancestralidade ,porque estas só se manifestaram lá , depois das publicações do escritor Jorge Amado,juntamente com o  processo midiático?

Lembrando que  tais cultos da "igualdade" estão cheios de " literatura".
Já o de Egun não se vê  apostilas, livros e muito menos  " pesquisas".
E qtas vezes  se ouviu falar que este culto lesou pessoas, ou está envolvido em falcatruas, como se dá ,em ALGUMAS situações, com  outros cultos midiatizados?
Mas pelo contrário . Culto de Egun está entre os mais preservados ao longo dos séculos. Tanto a nível de ritos, como referente a exposição negativa.

E por último é preciso lembrar ser os cultos da "igualdade" as maiores vítimas de expulsão negra. Isto mesmo, gente preta sendo discriminada e expulsa dos Candomblés. E para proteger seus discriminadores internos , assimilaram o termo " intolerância religiosa".

Alguém tem ciência de que no culto de Egun ,gente preta está sendo expulsa? Não mesmo. Pois tais situações acontecem apenas, com os adeptos da corrente  "Orixá não tem cor".

E mais! o mesmo tem  se dado com a capoeira,escolas de samba,dança afro enfim ,todos espaços pretos. Mas nenhuma novidade ,afinal trata- se do " ativismo da igualdade".

Voltando aos cultos.
Egum e Gêge continuam tradicionais e funcionando com muita força. Longe de espetacularizações ," pesquisas" e midiatizações. E também bem longe da " fé" e "amor" de branckes.

Então a partir destes elementos, será que não passou da hora, de trabalharmos nosso sentimento de inferioridade, disfarçado de " bondade" , " novos tempos", " Orixá sem cor", "ancestralidade africana de branckes" entre outras?

Estamos perdendo tudo. Inclusive fotocopiando Pierre Verger e Jorge Amado ,já existe um conjunto de gente preta estimulando " pesquisa"em Candomblé. Dando margem para o fortalecimento  do Candomblé de  internet, apostila e afins.

Assim,por quais razões procuramos tanta pirueta, na tentativa de esconder nosso sentimento de inferioridade ? Precisamos reconhecer  e afirmar que a 132 anos, estamos em um caminho suicida, entregando forças poderosas aos inimigos , os quais chamamos de " aliados".

É chegada a hora de pararmos com  embromações ,pois a única  forma de manter a preservação de qualquer elemento africano ,
 será a partir de um trabalho forte neste sentimento.
Caso contrário será só pirueta, perda e choro de apropriação cultural.

                    Gilson Rego